Um túnel em Teotihuacán, a cidade pré-asteca que reproduz o inferno
Turistas em Teotihuacán, durante o equinócio da primavera. CUARTOSCURO Descoberta ilumina a relação dos povos com a morte Por: PABLO FERRI Intuíam que existia, só faltava que o encontrassem. Em maio do ano passado, a chefe dos arqueólogos de Teotihuacán, Verónica Ortega, explicou: “Estamos vendo que debaixo dos grandes monumentos do sítio arqueológico existem edificações anteriores. Vimos isso sob as pirâmides do Sol e da Serpente Emplumada, por que não sob a Pirâmide da Lua?”. Ortega estava certa. Nesta manhã, o Instituto Nacional de Antropologia, INAH, anunciou a descoberta de um túnel sob o icônico edifício, uma “emulação do inframundo”. Anterior à grande Tenochtitlán, Teotihuacán é, acima de tudo, um mistério. Lar de mais de 100.000 pessoas, teve seu esplendor entre o os séculos I e VI. Não há certeza sobre sua queda –um grande incêndio?, lutas internas?, as duas coisas?–, pouco se sabe sobre seus hábitos e praticamente nada sobre seus governantes. A arqueóloga húngara E