Arqueólogos determinam cronologia da queda da civilização maia


Por Galileu

Após 12 anos de pesquisas e escavações, arqueólogos das universidades do Arizona, Ibaraki, Naruto e Graduada de Estudos Avançados do Japão, em parceria com pesquisadores da Guatemala, conseguiram determinar uma cronologia mais precisa sobre as duas quedas da civilização maia.

No estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, o grupo conta que utilizou uma tecnologia avançada de datação por carbono-14 para analisar cerâmicas e outras escavações arqueológicas no sítio de Ceibal, na Guatemala. Acredita-se que a região foi habitada de 1000 a.C. até 950 d.C., data do principal colapso, quando foi incendiada.

O método muito utilizado pelos arqueólogos desde a década de 1940 para determinar a idade de qualquer objeto que tenha absorvido carbono durante sua criação. Isso porque o carbono-14 é uma espécie de carbono instável que, diferente do carbono-12, o comum, vai se transformando em nitrogênio ao longo do tempo. Como sua taxa de perda é constante, é possível comparar a quantidade de carbono-14 com a quantidade de carbono-12 e obter a idade quase exata do material.

Foi utilizando os últimos avanços da técnica que os pesquisadores montaram uma linha do tempo mais refinada para entender as duas principais crises da sociedade maia. Segundo eles, é possível verificar uma constante de pequenas ondas de recessão, caracterizadas por guerras e instabilidade política, seguidas por grandes ondas de declínio, quando centros urbanos foram abandonados.

É provável que a civilização maia tenha passado por duas principais derrocadas: uma menor, ocorrida em um período chamado pré-clássico, durante o século dois, e a segunda, mais conhecida, durante o período clássico no século nove.

Segundo os arqueólogos, escassez de água, guerras próximas, desintegração familiar e diminuição da atividade econômica foram as principais causas dos dois declínios. A instabilidade social foi a grande responsável por diminuir de forma considerável a população da região de Ceibal, que no seu pico populacional chegou a ter de oito a dez mil habitantes.

“É realmente interessante como ambas as crises são similares, mesmo em diferentes períodos de tempo. Agora, temos um melhor entendimento de como o processo é, o que pode, potencialmente, servir como padrão para outras pessoas tentarem aplicar e ver se há algo de parecido com os seus próprios sítios arqueológicos na mesma área” explica Melissa Murham, uma das três graduandas da Universidade do Arizona que participaram da pesquisa.

Antes a crença era de que processo de declínio era simplesmente gradual, diferentes dos complexos padrões desvendados pelos cientistas. Além disso, pouca informação tinha sido econtrada sobre a primeira crise, ocorrida durante o período pré-clássico. As escavações do sítio, portanto, representam uma importante fonte de referência.

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br/variedades/arqueologos-determinam-cronologia-da-queda-da-civilizacao-maia/297168/ (05/02/2017)

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