Os principais sítios arqueológicos pré-coloniais do Brasil (Parte 01)
Pedra de Santana, Bahia. Image via Ensinar Historia.
Este artigo foi escrito por Joelza Ester Domingues
Segundo levantamento de 2008 feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Brasil possui 14.000 sítios arqueológicos. Hoje, acredita-se que esse número já tenha saltado para 20 mil. Porém, desse total, somente 17 bens arqueológicos (11 sítios e 6 coleções) foram tombados pelo IPHAN, conforme esse instituto informa em seu site.
É possível visitar muitos deles com boa estrutura para receber o visitante. Há, porém, aqueles que se encontram em locais de difícil acesso e outros que precisam de autorização para serem visitados. A lista abaixo, em ordem alfabética por estado, limita-se aos sítios arqueológicos pré-coloniais, isto é, sítios com vestígios de ocupação anterior à chegada dos portugueses.
ACRE
Geoglifo Acre. Image via Ensinar Historia.
Em 1977, foram descobertos no Acre, 24 gigantescos geoglifos em formatos variados: círculos, quadrados, octógonos e outras formas. Hoje, com o uso de imagens por satélite do Google Earth já foram identificados 400 geoglifos que se espalham pelo estados do Acre, Rondônia e sul do Amazonas chegando à Bolívia. São valetas com 2 a 3 metros de profundidade e medindo entre 100 a 300 metros de largura. A maioria está em bom estado de conservação. Foram feitos por grupos indígenas, talvez Aruaques, que habitaram a região entre, aproximadamente, 200 a.C. e 1300 d.C. O estudo dessas estruturas de terra cada vez mais confirma que o processo de ocupação e povoamento da região amazônica, no primeiro milênio da era cristã, foi empreendido por grupos indígenas numerosos e com grande capacidade tecnológica para modificar o ambiente de terra firme e várzea, imprimindo na paisagem características de sua identidade.
AMAPÁ
O Parque Arqueológico do Solstício, no município de Calçoene, litoral do Amapá, abriga um conjunto megalítico formado por 127 rochas dispostas em formato circular, no topo de uma colina. O círculo tem 30 m de diâmetro com pedras de granito com até 4 m de comprimento. Foi apelidado de “Stonehenge do Amapá”, em referência ao círculo neolítico da Inglaterra. Supõe-se que tenha sido um observatório astronômico de antigas populações indígenas que ocupavam a região, considerando que um dos blocos de pedra alinha-se com o solstício de dezembro. As pesquisas são muito recentes (iniciadas em 2006) mas já foram encontrados poços funerários, fragmentos de cerâmica e vestígios de aldeia de até 1km ao longo dos rios. A datação do círculo ainda é muito imprecisa, oscilando entre 500 e 2000 anos.
AMAZONAS
Chamado pelos arqueólogos de X11, o sítio arqueológico de Kuhikugu localiza-se dentro do Parque Indígena do Xingu, região do Alto Xingu. Seu nome foi dado em homenagem aos índios Cuicuro (Kuikuro ou Guicurus) que auxiliaram o arqueólogo Michael Heckenberger na descoberta desse complexo urbano, o maior da região. Foi construído, provavelmente, pelos antepassados dos atuais povos Cuicuros, que chegaram à região do Alto Xingu por volta do ano 500, procedente do oeste. O sítio, que pode ter abrigado até 50 mil habitantes, era uma cidade murada com troncos de árvore, cercada de fossos de proteção e que se comunicava com outros centros por estradas retilíneas de 10 a 20 metros de largura. As escavações sugerem que havia, no mínimo, 15 núcleos populacionais espalhados no Alto Xingu. Entretanto, como a maior parte da região não foi estudada, a quantidade correta pode ter sido muito maior.
BAHIA
O complexo arqueológico Serra das Paridas, no município de Lençóis, na Chapada Diamantina foi descoberto em 2005, por catadores de mangaba após um incêndio florestal que deixou em exposição pedras com pinturas rupestres. Atualmente, o local possui infraestrutura para receber visitantes que queiram conhecer os 18 locais de pinturas rupestres. Seguindo em direção ao sul, por 264 km de estrada, está a Pedra da Santana, no município de Paramirim. Trata-se de uma estrutura em forma de dolmen, a segunda conhecida do Brasil (existe outra em Goiás, na cidade de Anicurus) e, talvez, únicas em toda a América do Sul. Não se tem estudos a respeito até para se confirmar se, de fato, trata-se de uma obra humana. Mas, por sua singularidade, merece ser conhecida.
GOIÁS
Pintura Rupestre de Serranópolis, Goiás. Image via Ensinar Historia.
Segundo o IPHAN, foram descobertos 1.435 sítios arqueológicos no estado de Goiás. Entre eles, destacam-se os vestígios pré-coloniais do município de Serranópolis, no sudoeste do estado onde estão sendo investigados 40 abrigos rochosos. As paredes dos abrigos estão cobertas por pinturas rupestres e gravações. As pesquisas relevaram que o local teve uma ocupação indígena densa e persistente, desde 9000 a.C. até a fixação de colonizadores, no século XVIII. A datação mais antiga é confirmada pelo achado, em 1996, de um esqueleto masculino, na Gruta do Diogo, batizado de “Homem da Serra do Cafezal”, popularmente conhecido como Zé Gabiroba.
MARANHÃO
O sambaqui do Pindaí, situado entre os quilômetros 22 e 23 da rodovia que liga as cidades de São Luís a São José de Ribamar, é uma jazida de grande importância por ser uma das primeiras do gênero na região e pela abundância de vestígios de grupos indígenas extintos. Em 1927, foram encontrados fragmentos de cerâmica que se encontram expostos no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O sítio foi tombado pelo IPHAN em 1940.
CONTINUA....
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/781740/sitios-arqueologicos-pre-coloniais-no-brasil (09/02/2016)
Este artigo foi escrito por Joelza Ester Domingues
Segundo levantamento de 2008 feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Brasil possui 14.000 sítios arqueológicos. Hoje, acredita-se que esse número já tenha saltado para 20 mil. Porém, desse total, somente 17 bens arqueológicos (11 sítios e 6 coleções) foram tombados pelo IPHAN, conforme esse instituto informa em seu site.
É possível visitar muitos deles com boa estrutura para receber o visitante. Há, porém, aqueles que se encontram em locais de difícil acesso e outros que precisam de autorização para serem visitados. A lista abaixo, em ordem alfabética por estado, limita-se aos sítios arqueológicos pré-coloniais, isto é, sítios com vestígios de ocupação anterior à chegada dos portugueses.
ACRE
Geoglifo Acre. Image via Ensinar Historia.
Em 1977, foram descobertos no Acre, 24 gigantescos geoglifos em formatos variados: círculos, quadrados, octógonos e outras formas. Hoje, com o uso de imagens por satélite do Google Earth já foram identificados 400 geoglifos que se espalham pelo estados do Acre, Rondônia e sul do Amazonas chegando à Bolívia. São valetas com 2 a 3 metros de profundidade e medindo entre 100 a 300 metros de largura. A maioria está em bom estado de conservação. Foram feitos por grupos indígenas, talvez Aruaques, que habitaram a região entre, aproximadamente, 200 a.C. e 1300 d.C. O estudo dessas estruturas de terra cada vez mais confirma que o processo de ocupação e povoamento da região amazônica, no primeiro milênio da era cristã, foi empreendido por grupos indígenas numerosos e com grande capacidade tecnológica para modificar o ambiente de terra firme e várzea, imprimindo na paisagem características de sua identidade.
AMAPÁ
O Parque Arqueológico do Solstício, no município de Calçoene, litoral do Amapá, abriga um conjunto megalítico formado por 127 rochas dispostas em formato circular, no topo de uma colina. O círculo tem 30 m de diâmetro com pedras de granito com até 4 m de comprimento. Foi apelidado de “Stonehenge do Amapá”, em referência ao círculo neolítico da Inglaterra. Supõe-se que tenha sido um observatório astronômico de antigas populações indígenas que ocupavam a região, considerando que um dos blocos de pedra alinha-se com o solstício de dezembro. As pesquisas são muito recentes (iniciadas em 2006) mas já foram encontrados poços funerários, fragmentos de cerâmica e vestígios de aldeia de até 1km ao longo dos rios. A datação do círculo ainda é muito imprecisa, oscilando entre 500 e 2000 anos.
AMAZONAS
Chamado pelos arqueólogos de X11, o sítio arqueológico de Kuhikugu localiza-se dentro do Parque Indígena do Xingu, região do Alto Xingu. Seu nome foi dado em homenagem aos índios Cuicuro (Kuikuro ou Guicurus) que auxiliaram o arqueólogo Michael Heckenberger na descoberta desse complexo urbano, o maior da região. Foi construído, provavelmente, pelos antepassados dos atuais povos Cuicuros, que chegaram à região do Alto Xingu por volta do ano 500, procedente do oeste. O sítio, que pode ter abrigado até 50 mil habitantes, era uma cidade murada com troncos de árvore, cercada de fossos de proteção e que se comunicava com outros centros por estradas retilíneas de 10 a 20 metros de largura. As escavações sugerem que havia, no mínimo, 15 núcleos populacionais espalhados no Alto Xingu. Entretanto, como a maior parte da região não foi estudada, a quantidade correta pode ter sido muito maior.
BAHIA
O complexo arqueológico Serra das Paridas, no município de Lençóis, na Chapada Diamantina foi descoberto em 2005, por catadores de mangaba após um incêndio florestal que deixou em exposição pedras com pinturas rupestres. Atualmente, o local possui infraestrutura para receber visitantes que queiram conhecer os 18 locais de pinturas rupestres. Seguindo em direção ao sul, por 264 km de estrada, está a Pedra da Santana, no município de Paramirim. Trata-se de uma estrutura em forma de dolmen, a segunda conhecida do Brasil (existe outra em Goiás, na cidade de Anicurus) e, talvez, únicas em toda a América do Sul. Não se tem estudos a respeito até para se confirmar se, de fato, trata-se de uma obra humana. Mas, por sua singularidade, merece ser conhecida.
GOIÁS
Pintura Rupestre de Serranópolis, Goiás. Image via Ensinar Historia.
Segundo o IPHAN, foram descobertos 1.435 sítios arqueológicos no estado de Goiás. Entre eles, destacam-se os vestígios pré-coloniais do município de Serranópolis, no sudoeste do estado onde estão sendo investigados 40 abrigos rochosos. As paredes dos abrigos estão cobertas por pinturas rupestres e gravações. As pesquisas relevaram que o local teve uma ocupação indígena densa e persistente, desde 9000 a.C. até a fixação de colonizadores, no século XVIII. A datação mais antiga é confirmada pelo achado, em 1996, de um esqueleto masculino, na Gruta do Diogo, batizado de “Homem da Serra do Cafezal”, popularmente conhecido como Zé Gabiroba.
MARANHÃO
O sambaqui do Pindaí, situado entre os quilômetros 22 e 23 da rodovia que liga as cidades de São Luís a São José de Ribamar, é uma jazida de grande importância por ser uma das primeiras do gênero na região e pela abundância de vestígios de grupos indígenas extintos. Em 1927, foram encontrados fragmentos de cerâmica que se encontram expostos no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O sítio foi tombado pelo IPHAN em 1940.
CONTINUA....
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/781740/sitios-arqueologicos-pre-coloniais-no-brasil (09/02/2016)
Comentários
Postar um comentário