Artefatos de 15 mil anos derrubam teoria de ocupação das Américas
Trabalho mostra que povoamento das Américas aconteceu antes da cultura Clovis dominar a América do Norte.
Alessandro Greco, especial para o iG
Foto: Divulgação/Science
Alguns dos artefatos encontrados por Waters: indícios de colonizadores mais antigos
A descoberta de milhares de artefatos humanos no sítio arqueológico Debra L. Friedkin, no Texas, Estados Unidos, coloca mais uma pá de cal na teoria do povoamento das Américas pela cultura Clovis há 13 mil anos.
Uma equipe liderada por Michael Waters, da Universidade do Texas A&M, descobriu 15.528 peças, em especial pontas de lanças e flechas, que foram usadas por humanos entre 13,2 mil e 15 mil anos atrás. Ou seja: muitos anos antes da cultura Clovis, grupo que teria chegado ao Novo Mundo após ter atravessado o estreito de Bering vindos da Ásia, e depois teriam se espalhado pela América do Norte, América Central e do Sul.
“Resumidamente: é tempo de abandonar de uma vez por todas o modelo de Clóvis e desenvolver um novo modelo para o povoamento das Américas”, afirmou Walters durante conversa com jornalistas de todo mundo. Os artefatos descobertos por ele e colegas estavam inclusive fisicamente embaixo de ferramentas da cultura Clovis, no chamado Complexo de Butermilk Creek, e incluiam utensílios com tecnologias bifaces que podem ter sido adaptadas e melhoradas pela cultura Clovis.
Controvérsia
Outro golpe duro na tese da cultura Clovis já havia sido dado recentemente pela descoberta de três sítios arqueológicos nas ilhas do Canal, no sul da California, Estados Unidos, em que a população se alimentava basicamente de aves e mamíferos marinhos e mariscos há cerca de 12 mil anos. Como é sabido que a cultura Clovis caçava grandes animais, diferentemente da população das ilhas Canal, a tese ficou chacoalhada. Outro fato é que em Santa Rosa, uma das ilhas em que foi encontrada uma parte dos artefatos, já haviam sido achados ossos humanos datados de 13 mil anos, mesmo período em que a cultura Clóvis teria aportado na América. Ou seja: não haveria tempo hábil para que eles fizessem o trajeto do extremo norte da América do Norte até a Califórnia.
O modelo Clovis nunca foi uma unanimidade, embora seja o mais aceito para a povoação das Américas. Um dos críticos da teoria, há mais de 20 anos, é o brasileiro Walter Neves, da Universidade de São Paulo. Ele e seus colaboradores defendem a tese de que as Américas foram colonizadas por duas correntes migratórias diferentes vindas da Ásia pelo estreito de Bering e que cada uma delas seria composta por grupos biológicos diferentes.
A primeira teria chegado há 14 mil anos e seus membros teriam uma aparência entre a de negros africanos e dos aborígenes australianos. Um exemplo é o famoso crânio de 11 mil anos batizado por Neves de Luzia, encontrado na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1975. O segundo grupo teria chegado depois e dele descenderiam todas as tribos indígenas do continente. Recentemente, Neves e Mark Hubbe, da Universidade Católica do Norte (Chile), publicaram um artigo na revista American Journal of Physical Anthropology dizendo inclusive que o crânio a la Luzia (mais africano) seria o formato original dos crânios humanos modernos quando eles saíram da África para colonizar o Novo Mundo.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/artefatis+de+15+mil+anos+derrubam+teoria+de+ocupacao+das+americas/n1238189025874.html (24/03/2011)
Alessandro Greco, especial para o iG
Foto: Divulgação/Science
Alguns dos artefatos encontrados por Waters: indícios de colonizadores mais antigos
A descoberta de milhares de artefatos humanos no sítio arqueológico Debra L. Friedkin, no Texas, Estados Unidos, coloca mais uma pá de cal na teoria do povoamento das Américas pela cultura Clovis há 13 mil anos.
Uma equipe liderada por Michael Waters, da Universidade do Texas A&M, descobriu 15.528 peças, em especial pontas de lanças e flechas, que foram usadas por humanos entre 13,2 mil e 15 mil anos atrás. Ou seja: muitos anos antes da cultura Clovis, grupo que teria chegado ao Novo Mundo após ter atravessado o estreito de Bering vindos da Ásia, e depois teriam se espalhado pela América do Norte, América Central e do Sul.
“Resumidamente: é tempo de abandonar de uma vez por todas o modelo de Clóvis e desenvolver um novo modelo para o povoamento das Américas”, afirmou Walters durante conversa com jornalistas de todo mundo. Os artefatos descobertos por ele e colegas estavam inclusive fisicamente embaixo de ferramentas da cultura Clovis, no chamado Complexo de Butermilk Creek, e incluiam utensílios com tecnologias bifaces que podem ter sido adaptadas e melhoradas pela cultura Clovis.
Controvérsia
Outro golpe duro na tese da cultura Clovis já havia sido dado recentemente pela descoberta de três sítios arqueológicos nas ilhas do Canal, no sul da California, Estados Unidos, em que a população se alimentava basicamente de aves e mamíferos marinhos e mariscos há cerca de 12 mil anos. Como é sabido que a cultura Clovis caçava grandes animais, diferentemente da população das ilhas Canal, a tese ficou chacoalhada. Outro fato é que em Santa Rosa, uma das ilhas em que foi encontrada uma parte dos artefatos, já haviam sido achados ossos humanos datados de 13 mil anos, mesmo período em que a cultura Clóvis teria aportado na América. Ou seja: não haveria tempo hábil para que eles fizessem o trajeto do extremo norte da América do Norte até a Califórnia.
O modelo Clovis nunca foi uma unanimidade, embora seja o mais aceito para a povoação das Américas. Um dos críticos da teoria, há mais de 20 anos, é o brasileiro Walter Neves, da Universidade de São Paulo. Ele e seus colaboradores defendem a tese de que as Américas foram colonizadas por duas correntes migratórias diferentes vindas da Ásia pelo estreito de Bering e que cada uma delas seria composta por grupos biológicos diferentes.
A primeira teria chegado há 14 mil anos e seus membros teriam uma aparência entre a de negros africanos e dos aborígenes australianos. Um exemplo é o famoso crânio de 11 mil anos batizado por Neves de Luzia, encontrado na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1975. O segundo grupo teria chegado depois e dele descenderiam todas as tribos indígenas do continente. Recentemente, Neves e Mark Hubbe, da Universidade Católica do Norte (Chile), publicaram um artigo na revista American Journal of Physical Anthropology dizendo inclusive que o crânio a la Luzia (mais africano) seria o formato original dos crânios humanos modernos quando eles saíram da África para colonizar o Novo Mundo.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/artefatis+de+15+mil+anos+derrubam+teoria+de+ocupacao+das+americas/n1238189025874.html (24/03/2011)
n intendi nada.
ResponderExcluirTente ler novamente, com calma. Não tem nada de errado com o texto. Fala sobre a presença humana nas Américas e seus modelos de ocupação.
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