Geólogos americanos encontram artefatos do que pode ser a civilização mais antiga das Américas

Os artefatos datam de mais ou menos 15.500 anos atrás, o que pode colocar essa civilização antes mesmo do fóssil de Luzia, considerado o humano mais antigo das Américas.

REDAÇÃO ÉPOCA

Geólogos da Universidade Baylor, junto com cientistas da Universidade A&M do Texas, encontraram vestígios arqueológicos do que pode ser a mais antiga evidência de ocupação humana das Américas. A descoberta foi feita em um sítio arqueológico localizado a 60 quilômetros de Austin, capital do Estado texano.

“Essa descoberta reescreverá, por assim dizer, e mudará tudo o que sabíamos sobre a colonização pré-histórica das Américas do Sul, Central e do Norte”, afirmou o doutor Lee Nordt, reitor do Colégio de Artes e Ciências da Universidade Baylor e um dos autores do estudo. “O que diferencia este estudo é que conseguimos mostrar, usando métodos geológicos, que os artefatos encontrados datam de antes da era Clovis (tida como a mais antiga civilização americana). Isso demonstra, claramente, que o povoamento das Américas ocorreu muito antes do que se imaginava.”

Pelos últimos 100 anos, arqueologistas norte-americanos acreditavam que o povo Clovis tivesse sido o primeiro a entrar nas Américas, há cerca de 13 mil anos. O Brasil contesta essa teoria, pois já foi encontrado, em Minas Gerais, um fóssil mais velho, o de Luzia, considerada a mais antiga representante dos povoadores da América e com idade calculada entre 11.400 e 16.400 anos - mas, ao contrário dos Clovis, os novos artefatos datariam de 15 mil anos trás.

No sítio arqueológico Debra L. Friedkin, no centro do Estado do Texas, os pesquisadores enocntraram cerca de 16 mil artefatos pertencentes a esse povo. A maior parte eram restos de alguma manufatura, mas 50 deles eram ferramentas, como facas e projéteis. Sua idade está estimada em cerca de 15.500 anos.

A descoberta se transforma na maior e mais antiga coleção de artefatos sobre a ocupação humana nas Américas datando de antes do período Clovis. Os exemplares coletados foram analisados e estudados em laboratório, comprovando não apenas a idade dos artefatos, como o fato de que eles permaneceram intocados por todo esse tempo, desde o que em que foram descartados.

“Não existe nenhuma evidência de que tenha havido erosão ou movimentação do solo quando o sítio foi formado que possa ter redistribuído significantemente o material arqueológico”, disse o professor Steve Driese, integrante do grupo de pesquisa. “Essa decoberta foi essencial. Existe uma série de fósseis e artefatos arqueológicos encontrados tanto na América do Sul quanto na do Norte que datam de antes do período Clovis, mas as evidências eram poucas. Este estudo comprova que havia uma civilização americana de fato antes do que se pensava.”

Os geólogos da Universidade de Baylor também afirmam que não há dúvidas de que os artefatos tenham sido manufaturados por pessoas. Apesar disso, mais pesquisas precisarão ser feitas no local para definir quem era esse povo, de onde vieram e como se adaptaram àquele ambiente específico. O estudo também abre a oportunidade para que se entenda mais a civilização Clovis.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI221217-15224,00-GEOLOGOS+AMERICANOS+ENCONTRAM+ARTEFATOS+DO+QUE+PODE+SER+A+CIVILIZACAO+MAIS+.html (25/03/2011)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LA LÁPIDA DE PAKAL REPOSA DE NUEVO SOBRE EL SARCÓFAGO

Las Piedras de Ica: cuando el hombre vivió entre los dinosaurios

Max Uhle