Cinco mil pinturas rupestres descobertas em cavernas no México
Autor: Anastasia Gubin
Grande parte tem um grau de conservação impressionante e representa habitações e costumes.
Especialistas do INAH localizaram
pinturas rupestres na Sierra de San Carlos, Tamaulipas, México (M. García &
G. Ramírez/INAH)
Arqueólogos
mexicanos descobriram cerca de 5.000 pinturas nas cavernas de Tamaulipas no
México.
A pesquisa foi divulgada pela
arqueóloga Martha García Sánchez no 2º Colóquio de Arqueologia Histórica,
informou na quarta-feira o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México.
“A
maioria dessas pinturas tem um grau surpreendente de conservação”, disse a
arqueóloga, que analisou os desenhos dos artistas do passado, feitos nas cores
amarela, vermelha, branca e preta.
“As
imagens sugerem que as atividades dos nômades eram voltadas para a caça, pesca
e coleta”, diz Martha García.
Além disso, diz ela, há
desenhos de habitações do tipo tipis, que
são tendas de formato cônico, e também podem ser vistas representações da flora
e da fauna da região da época, incluindo veados, lagartixas e centopeias. As
pinturas estão em cavernas e cânions da Sierra de San Carlos, em Burgos, e
acredita-se que tenham sido produzidas principalmente por três grupos de
caçadores pré-hispânicos: guajolotes, iconoplos e pintos, segundo a pesquisa,
que também contou com o apoio do arqueólogo Gustavo Ramírez do INAH de
Tamaulipas, sob o título “As pinturas rupestres do município de Burgos”.
Os
arqueólogos também encontraram evidências de outros grupos que se mudaram para
a região da Sierra de San Carlos e áreas circunvizinhas. Entre eles havia os
cadimas, conaynenes, mediquillos, mezquites, cometunas e canaimes.
As imagens retratam as atividades nômades
que se focavam na caça, pesca e coleta; elas têm caráter antropomórfico,
zoomórfico, astronômico e abstrato (M. García & G. Ramírez/INAH)
Os
artistas antigos fizeram seus trabalhos com corantes minerais e orgânicos, dos
quais ainda não há estudo químico dos componentes dos pigmentos. O arqueólogo
Gustavo Ramírez explicou que é possível colher amostra deles, “o que nos
permitirá estabelecer datações aproximadas por meio da análise química ou de
radiocarbono”.
Ramírez
disse que até agora não foi possível datar as pinturas, “porque não foi
encontrado qualquer objeto antigo que estivesse associado com o contexto e
porque essas manifestações estão nas paredes dos cânions; na temporada das
chuvas, a correnteza carrega sedimentos e temos muito cascalho”.
Os
achados foram identificados pela primeira vez em 2006 e até à data registrou-se
4.926 pinturas com desenhos de seres humanos e animais, pinturas abstratas e
dados astronômicos.
Foram estudados 11 locais
na Sierra de San Carlos. Entre eles está a Caverna dos Cavalos, onde foi
identificado um mitote (festa, dança) entre mais de 1500 imagens. Havia também
desenhos no Cânion de Bronze, no Cânion da Esteira e no Vale das Piscinas. Na Caverna do Índio também
foi identificado um atlatl, arma pré-histórica utilizada para caçar.
Arqueólogos
mexicanos relataram que infelizmente não há informações sobre os nômades nos
arquivos da região. Durante a chegada dos espanhóis, os povos que ocupavam essa
área fugiram para evitar serem capturados e mortos.
O
Simpósio de Arqueologia Histórica irá até 24 de maio no Museu Nacional de
História “Castillo de Chapultepec”.
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