Pingente pode desvendar mistérios que cercam o fim da civilização maia

(Foto: Divulgaçã/UC San Diego)

Adorno feito de jade pertenceu a um governante e contém inscrições que prometem explicar melhor o destino dos maias

Um grande pingente maia feito de jade foi encontrado por arqueólogos em Belize. O adorno era usado apenas por governantes por volta de 672 d.C., e contém um grande número de grifos inscritos em sua parte de trás. Após um trabalho de tradução, os pesquisadores acreditam que o artefato poderá jogar luz sobre vários aspectos desconhecidos da história maia.

Os arqueólogos da Universidade da California, em San Diego, afirmam que o próprio local do achado já foi surpreendete. O pingente de 19 centímetros de largura e dez de altura foi encontrado na região de Nim Li Punit, ao sul do país. Segundo os pesquisadores, o sítio arqueológico era de difícil acesso na época.

O lugar se encontra a mais de 400 quilômetros de distância da cidade arqueológica Chichen Itzá, no México, onde peças similares foram encontradas. "Nós esperaríamos algo assim em alguma das grandes cidades do mundo maia. Em vez disso, estava aqui, bem longe do centro", explica o arqueólogo da universidade, Geoffrey Braswell.

A peça possui o formato de "T", o que corresponde ao grifo maia "ik", que significa "vento e fôlego". Essa associação indicaria que o ornamento era utilizado em rituais em homeagem ao deus Huracan, um dos mais importantes da mitologia maia, senhor dos ventos. A divindade era intensivamente adorada já que era considerada responsável por trazer as chuvas e promover o sucesso no cultivo dos alimentos.

O objeto, porém, apresenta alguma peculiaridades.Geralmente, medalhões em homenagem a Huracan eram enterrados junto aos governantes. Este pingente, porém, foi achado apenas com alguns dentes humanos. As hipóteses para explicar o fato mostram que talvez os habitantes do local tenham enterrado o adorno em uma derradeira tentativa de salvar o clima do lugar, que ficava cada vez mais seco.

"Uma teoria recente é a de que a mudança climática causou secas que levaram ao fracasso total da agricultura e o colapso da civilização maia", conta Braswell. Em torno de 800 d.C., as cidades da civilização antiga estavam entrando em colapso nas regiões da Guatemala e Belize, provavelmente por causa do clima que se tornava inapropriado.

As inscrições atrás do medalhão são outro mistério. Os pesquisdores têm ainda poucas referências para poder fazer uma tradução satisfatória dos grifos. Mas adiantam que as linhas gerais do texto tratam principalmente da linha hereditária do governante Janaab' Ohl K'inich , seus ritos de posse e sua ligação com a poderosa cidade maia, Caracol. Os estudiosos ficaram impressionados já que os dois lugares ficam a mais de cinco horas de distância a carro.

A teoria dos arqueólogos é a de que a família real chegou no local na mesma época que o pingente foi usado pela primeira vez, fundando uma nova dinastia na região. Mas ainda serão precisos estudos mais aprofundados no sítio para chegar a uma conclusão satisfatória sobre os mistérios da civilização maia em Nim Li Punit.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/03/pingente-pode-desvendar-misterios-que-cercam-o-fim-da-civilizacao-maia.html (02/03/2017)

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