Machu Picchu é mais antigo do que se pensava, revela estudo
Grupo liderado por professor da Universidade de Yale (EUA) examinou 26 corpos de cemitérios em Machu Picchu e concluiu que parque foi ocupado entre 1420-1530 DC
Jack Guy, da CNN - 03 de agosto de 2021
A cidadela Inca de Machu Picchu,
no Peru, foi ocupada por volta
de 1420-1530 DC, várias décadas antes do que se pensava, de acordo com um novo
estudo.
Uma equipe
de pesquisadores, liderada por Richard Burger, professor de antropologia da
Universidade de Yale, usou a datação por radiocarbono para revelar que o
imperador Pachacuti, que construiu Machu Picchu, subiu ao poder antes do
esperado, de acordo com um comunicado publicado nesta terça-feira (3).
Isso
significa que as primeiras conquistas de Pachacuti aconteceram mais cedo,
ajudando a explicar como o Império Inca se tornou o maior e mais poderoso da
América pré-colombiana.
Com base em documentos históricos, pensava-se que Machu Picchu foi construído
depois de 1440, ou talvez até 1450. No entanto, Burger e sua equipe usaram
datação por espectrometria de massa de acelerador (AMS) de restos humanos para
obter uma imagem mais precisa.
O AMS funciona até mesmo com pequenas quantidades de material orgânico, o que
aumenta o conjunto de esqueletos que podem ser estudados. A equipe examinou 26
indivíduos de cemitérios em Machu Picchu que foram recuperados do local durante
as escavações em 1912.
Os corpos
foram enterrados sob pedras, penhascos salientes ou cavernas rasas, selados com
paredes de alvenaria, de acordo com o estudo. Havia também objetos de
sepultura, como cerâmicas e alfinetes de bronze e prata para xale.
"Este é o primeiro estudo baseado em evidências científicas para fornecer
uma estimativa para a fundação de Machu Picchu e a duração de sua ocupação",
disse Burger no comunicado à imprensa.
Os registros históricos foram escritos por conquistadores espanhóis após
desbravarem a área, e os resultados do estudo questionam o mérito de tirar
conclusões com base nesses tipos de documentos, segundo os pesquisadores.
Embora o estudo reconheça as "limitações" da datação por
radiocarbono, os pesquisadores disseram que as evidências documentais não são
confiáveis. O estudo foi publicado na revista Antiquity.
“Talvez tenha chegado a hora de as evidências de radiocarbono assumirem prioridade nas reconstruções da cronologia dos imperadores incas e na datação de sítios monumentais incas como Machu Picchu”, diz o estudo.
Reverenciado
como um dos maiores sítios arqueológicos do mundo, Machu Picchu está situado
entre duas montanhas. O local é composto por cerca de 200 estruturas de pedra,
cujas paredes de granito se mantêm em bom estado, embora os telhados de colmo
já tenham desaparecido.
Isso inclui uma casa de banho cerimonial, templos, celeiros e aquedutos. Acredita-se
que uma delas, conhecida como Cabana do Zelador da Rocha Funerária, tenha sido
usada para embalsamar aristocratas mortos.
Fonte: Machu Picchu é mais antigo do que se
pensava, revela estudo (cnnbrasil.com.br)
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