Pesquisadores encontram placar de jogo maia de mais de mil anos no México
O objeto de 40 kg apresenta uma inscrição representando dois personagens adversários vestidos de jogadores e usando cocares
Por: Redação Galileu - 11/04/2023
Um placar feito de pedra, utilizado em um jogo de bola maia há mais de 1,1 mil anos, foi descoberto por arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) na zona arqueológica de Chichén Itzá, no México.
A descoberta foi divulgada nesta segunda-feira (10) pela instituição. O placar circular de 40 kg apresenta uma faixa glífica em baixo-relevo retratando dois personagens que seriam jogadores de bola. Na inscrição, há uma referência a uma data no calendário maia que equivale ao ano 894 d.C..
“Neste sítio maia é raro encontrar escrita hieroglífica, muito menos um texto completo, isso não acontece há mais de 11 anos", diz o arqueólogo Pérez Ruiz em comunicado.
Com 32,5 centímetros de diâmetro e 9,5 centímetros de espessura, o placar foi encontrado pela arqueóloga Lizbeth Beatriz Mendicuti Pérez dentro do complexo arquitetônico da Casa Colorada, que tem este nome devido a restos de tinta vermelha encontrados em seu interior. O local, também chamado de Chichanchob, tinha uma quadra de bola.
Ruiz estima que o placar encontrado deva ser do período Clássico Terminal ou Pós-Clássico Inicial, entre o final dos anos 800 e o início de 900 d.C.. O objeto ganhou apelido de Disco de los Jugadores de Pelota, que significa “disco de jogadores de bola”. Segundo o arqueólogo, a peça provavelmente marcou um acontecimento importante referente a uma partida ocorrida na Casa Colorada nessa época.
Um estudo iconográfico e epigráfico, a cargo do arqueólogo Santiago Fernández, identificou no placar os dois jogadores em pé na frente de uma bola.
Segundo o pesquisador, o personagem da esquerda usa um cocar de penas e uma faixa que apresenta um elemento em forma de flor, provavelmente um nenúfar (planta aquática pertencente à ordem Nymphaeales). Na altura do rosto do jogador, pode-se distinguir um pergaminho, que pode ser interpretado como um sopro ou voz.
Já o adversário usa um cocar conhecido como “turbante de cobra”, cuja representação pode ser vista em várias ocasiões em Chichén Itzá. O indivíduo usa roupas de proteção para o jogo.
A identidade dos jogadores do disco permanece desconhecida, assim como o resultado da partida. De acordo com o site IFLScience, o jogo maia envolvia normalmente uma bola de borracha impulsionada usando o quadril, cotovelo ou joelho.
El juego de la pelota maya es un gran incomprendido por la sociedad actual.
ResponderExcluirSim, é verdade Srº Vila! Este é um caso de "rotular" algo que não entendemos com algo aproximado dos tempos atuais. O resultado é que obtemos uma visão distorcida da realidade maia. O jogo de bola desse grupo pré-colombiano ainda está para ser compreendido por nós!
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