Investigadores decifram glifos com 1.300 anos no México. Eram “figuras protetoras sobrenaturais”

Por: ALICE CARQUEJA - 14 MARÇO 2022

O relevo de calcário com cerca de 15 metros de comprimento contém um dos mais antigos exemplos de escrita Zapotec, no Vale de Oaxaca, no México.

Investigadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) decifraram um glifo antigo, em escrita Zapotec, no Vale de Oaxaca, segundo a Smithsonian Magazine.

Descoberto em 2018 num complexo chamado Casa del Sur, no antigo sítio arqueológico de Atzompa, em Monte Albán, os glifos de alto relevo ilustram algumas crenças dos Mixtecs e Zapotecs, duas das maiores culturas indígenas do México.

A iconografia sobre o friso de calcário, datada entre 650 e 850 E.C., inclui uma ave quetzal, macacos, onças-pintadas e figuras protetoras sobrenaturais.

Os investigadores descobriram representações figurativas e numéricas do ano do calendário Mixtec, bem como o quincunx — um desenho geométrico alusivo às quatro direções e ao centro do universo.

Um comunicado do INAH descreve os motivos como sendo “manifestações do mudo cósmico, às quais a construção da [Casa del Sur] deu resposta”.

“Em geral, os glifos são alusões ao poder na cidade, à proteção sobrenatural, e a um tempo sem tempo”, explica a investigadora principal, Nelly Robles García.

Agora Património Mundial da UNESCO, Monte Albán foi fundado entre os séculos VII e IX a.E.C.

Durante um período de 1.500 anos, a área foi habitada pelos Olmecs, Zapotecs e Mixtecs. Atzompa foi construída entre 650 e 850 a.C.E., como cidade satélite de Monte Albán, à medida que a civilização Zapotec se expandia na região, segundo o Heritage Daily.

Atzompa está situada numa colina com vista para o vale vizinho de Etla. As descobertas sugerem que a cidade serviu como percurso para o transporte das pedras extraída para construção em Monte Albán, e que a sua posição no topo da colina lhe permitiu servir de defesa contra o vizinho Mixtec.

Os investigadores estimam que o friso original tinha cerca de 30 metros de comprimento e teria decorado a fachada principal da Casa del Sur, segundo o The Art Newspaper. Robles García diz que os glifos transmitem uma “mensagem ou discurso de poder”.

Quando os Zapotecs abandonaram Atzompa por volta de 850 E.C., o friso foi parcialmente destruído.

Investigadores encontraram fragmentos de urnas funerárias nas proximidades do local, que podem ter servido como ofertas de sacrifício dos Zapotecs para “desmistificar o espaço”.

“Materiais como calcário requerem um alto grau de especialização para o seu manuseamento e restauração”, sublinha Robles García.

“O friso deve ser considerado um dos artefactos mais importantes, entre as prioridades de conservação da instituição”, conclui.

Fonte: Investigadores decifram glifos com 1.300 anos no México. Eram "figuras protetoras sobrenaturais" - ZAP Notícias (aeiou.pt)

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